Uma escada no centro de São Paulo, me levando do vale ao teatro. Nem pequena nem grande, nem média nem mais ou menos, no ponto para ter na ponta uma estátua.
Nessa escada passava uma fila de crianças, todas de uniforme,todas conversando, rindo e comentando sobre a estranha estátua.
Uma estátua dramática. Ele está se matando? Ele está morrendo? Sofrendo? Eu não sei, só sei que um dedo está esticado.
Um dedo, sortudo? Ou da sorte? Dizem que se esfregar a mão neste dedo terá sorte, ou muita sorte.
Sabendo da lenda e como numa brincadeira, todas as crianças que passavam esfregavam a mão no dedo, algumas com esperança, outras só de brincadeira.
E, agora, o dedo brilha desgastado de tanta sorte que deu.
(Crônica escrita em 2008 para o jornal da sala)